Julho amarelo: por que a prevenção contra as hepatites ainda é urgente no Brasil
- Heloisa Maiotto
- 14 de jul.
- 2 min de leitura
Você provavelmente já ouviu falar sobre hepatite. Talvez tenha até tomado a vacina na infância. Mas o que muita gente não sabe é que as hepatites virais continuam sendo uma ameaça silenciosa — e matam milhares de pessoas todos os anos.
É por isso que o Julho Amarelo existe: um mês inteiro dedicado à conscientização, prevenção e diagnóstico precoce das hepatites virais. A campanha foi criada para jogar luz sobre uma doença que pode passar anos sem sintomas — e, quando descoberta tardiamente, já causou estragos graves no fígado.
O que são as hepatites virais?
Hepatites são inflamações no fígado causadas por vírus (como os tipos A, B, C, D e E), além de outras causas como uso excessivo de álcool e medicamentos. As virais, especialmente B e C, são as mais preocupantes por sua capacidade de se tornarem crônicas e evoluírem para cirrose, câncer hepático e até morte.
O grande problema? Elas muitas vezes não apresentam sintomas, e quando os sinais surgem, o fígado já está comprometido. Daí a importância de campanhas como o Julho Amarelo, que reforçam a necessidade da testagem periódica e da vacinação.
O retrato da hepatite no Brasil
Apesar dos avanços em diagnóstico e tratamento, os números ainda preocupam:
Em 2024, o Brasil registrou 11.166 novos casos de hepatite B e 19.343 de hepatite C, segundo o Ministério da Saúde.
Estima-se que mais de 500 mil brasileiros convivam com hepatite C sem saber.
Um levantamento da Secretaria de Saúde do Espírito Santo mostrou que, apenas no primeiro semestre de 2025, foram notificados 131 novos casos somando hepatite B e C.
No mundo, são cerca de 1,3 milhão de mortes por ano causadas por hepatites virais, segundo dados da OMS — superando doenças como HIV e tuberculose. São mortes evitáveis, desde que haja acesso à testagem e tratamento.
Vacina, testagem e tratamento: três pilares do combate
A boa notícia é que o Brasil oferece vacina gratuita contra hepatite B e testes rápidos no SUS para identificar infecções por B e C. Além disso, há tratamento disponível — e curativo — especialmente para a hepatite C, com medicamentos modernos que têm mais de 95% de eficácia.
Mesmo assim, ainda há grandes lacunas:
A maioria dos infectados ainda não foi diagnosticada.
A cobertura vacinal entre adultos é baixa.
Muitas pessoas não sabem que podem (e devem) fazer o teste, mesmo sem sintomas.
É aqui que entra o papel da informação. E também das empresas.
Como sua empresa pode fazer parte da prevenção
O Julho Amarelo também é um convite para o mundo corporativo repensar o papel que pode exercer na prevenção. Afinal, ambientes de trabalho saudáveis começam com cuidado real com as pessoas.
Algumas ideias práticas:
Organizar campanhas de vacinação e testagem em parceria com serviços públicos ou privados.
Incluir cobertura para tratamento de hepatites nos planos de saúde corporativos.
Promover ações educativas que ajudem a combater o preconceito e incentivem o diagnóstico precoce.
Na Unikx, acreditamos que proteger vai além do seguro — é sobre criar ambientes onde o cuidado é parte da cultura. E saúde preventiva é, sem dúvida, um dos maiores pilares disso.





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